Um estudo britânico e chinês sugere que cada ser humano possui pelo
menos 100 mutações genéticas no DNA. Nos últimos 70 anos, vários
cientistas vêm tentando chegar a uma estimativa precisa sobre a taxa
de mutação nos humanos.
A pesquisa recente, publicada na edição desta semana da revista
científica Current Biology, conseguiu chegar a um número considerado
confiável graças às novas tecnologias de sequenciamento genético.

Os cientistas aplicaram a tecnologia ao estudo dos cromossomos "Y" de
dois homens chineses. Os pesquisadores sabiam que os dois eram
parentes distantes e partilhavam de um antepassado comum que nascera
em 1805.

Ao analisar as diferenças genéticas entre os dois homens e o tamanho
do genoma humano, os cientistas concluíram que as novas mutações
genéticas podem chegar a 100 e 200 por pessoa.

As novas mutações podem, ocasionalmente, levar ao desenvolvimento de
doenças graves, como o câncer.

Os cientistas esperam que as descobertas e as novas estimativas sobre
as mutações possam abrir caminho para tratamentos que auxiliem na
redução do aparecimento das mutações e que possam contribuir para um
melhor entendimento sobre a evolução humana.


Em 1935, um dos fundadores da genética moderna, JBS Haldane, estudou
um grupo de homens que sofriam de hemofilia - um distúrbio na
coagulação do sangue.

Na época, Helmand sugeriu que cada ser humano carregava cerca de 150
mutações no DNA.

Desde as pesquisas de Helmand, diversos cientistas tentaram produzir
estimativas sobre o número de novas mutações ao analisar o DNA de
chimpanzés.

Somente agora, com a tecnologia disponível de sequenciamento, os
cientistas puderam produzir uma estimativa mais precisa e que,
coincidentemente, confirma as estimativas sugeridas por Helmand em
1935.

"A quantidade de dados que geramos com a pesquisa era inimaginável há
alguns anos", disse Yali Xue, do Wellcome Trust Sanger Institute, um
dos autores do estudo.

"Encontrar esse pequeno número de mutações foi mais difícil do que
encontrar agulha no palheiro", afirmou o cientista.

O especialista em genética Joseph Nadeau, da Case Western Reserve
University, nos Estados Unidos, afirmou que as novas mutações
genéticas são fonte de uma variação hereditária, algumas podem causar
doenças e distúrbios, enquanto outras determinam a natureza e o ritmo
das mudanças evolutivas.

Segundo ele, "as notícias são animadoras".

"Nós finalmente conseguimos obter estimativas confiáveis sobre as
características genéticas que são urgentemente necessárias para
entender quem somos nós geneticamente", afirmou o cientista.



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